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Uma Síntese da ARTE
Uma Síntese da ARTE

 

A verdade não sendo um edifício pronto de forma relativa e em busca da única verdade absoluta - Deus - há sido construída ao longo do tempo. Todas as formas relativas se encontram no seu ponto final, Deus.

Conforme Ubaldi (1985 pg. 15,16)

[...] vemos que a verdade é uma abstração e o que existe, de fato, são as pessoas que nela creem; observamos ainda que uma verdade só existe na Terra enquanto vive as pessoas que nela acreditam [...] [...] Certamente existe a verdade universal absoluta. Mas esta é a longínqua meta da evolução e hoje, para o homem, somente existe na medida dada pela aproximação que ela atingiu na sua compreensão, em proporção ao desenvolvimento de sua forma mental.

O que de fato encontramos hoje aqui na Terra são, pois, agrupamentos de indivíduos de forma mental afim, que por isso, defendem uma verdade comum, relativa a eles, e válida para seu grupo. [...] [...] Morrendo ele deixa-a no mundo, mas se ela não responde à necessidade e gosto das massas ele, por maior que seja, terá falado aos surdos, inutilmente.

 

Pode se pensar a arte como a verdade em busca do absoluto, mas em construção, e como tal de forma cultural vem sido pensada ou construída ao longo do tempo conforme os diversos pensares sociais, éticos, étnicos, morais. Tanto quanto com relação à verdade, a arte e seus conceitos pode-se pressupor sua evolução ao longo do tempo.

A Estética na antiguidade encontrava se fundida com a lógica e a ética nas filosofias de Platão, Aristóteles e Plotino. Como filosofia e tendo por objeto de estudo a natureza do belo nas suas relações com a arte, surge no século XVIII através de Baumgarten.

Pensa-se a arte na sua relação com a filosofia antiga a partir da sua conceituação atual, como expressão de beleza, mas não do ponto de vista estético atual por que não havia o pensamento estético. Dentre os alvos dos sofistas destacavam-se o bem e belo, embora ela tenha sido questionada a Parrásio por Sócrates, quando de sua visita ao seu atelier e em observação a uma pintura. Também fora discutida por Platão, Aristóteles além de outros.

Neste exato momento em que surge a estética historicamente se percebe hoje que, o edifício como verdade sofre uma alavancada. Mas a partir daí assume diversas identidades e conceituações. Isto, por que naquele momento a problemática passa então a ser: o que é beleza.

Aponta Tolstoi (2002) e este é o conceito mais em voga atualmente, fruto em verdade do senso comum: [“Arte é atividade que manifesta a beleza”, tal homem comum responderá.]

Depreende-se a partir daí que sendo o a arte uma manifestação de beleza e tendo a estética o objeto filosófico a compreensão e conceituação do belo, a arte enquanto conceito e filosofia apenas pode ser relacionada à beleza a partir de Baumgarten no século XVIII.

Conforme Tolstoi na obra “O que é arte” existe um número muito grande de estéticas. Equivale dizer que os conceitos de arte qualquer que sejam receberam ao longo do tempo as influências das suas concepções estéticas.

A partir de Tólstoi (2002 pgs. 34-), pode-se alinhar uma variação nos conceitos de beleza através do conflito ou da acomodação dos conceitos de beleza em torno de uma verdade estética:

[...] “a ideia de arte como manifestação da beleza não é de modo algum tão simples quanto parece, especialmente agora que nossos sentidos de tato, paladar e olfato fora incluídos nela pelos estetas mais recentes.

Mas o homem comum não sabe ou não quer saber disso, e está firmemente convencido de que todas as questões da arte são resolvidas, de maneira simples e clara, pelo reconhecimento da beleza como conteúdo da arte. Para ele, parece claro e compreensível que a arte seja a manifestação da beleza; e pela beleza todas as questões da arte lhe são explicadas.

Mas o que é essa beleza que, na sua opinião, forma o conteúdo da arte? Como defini-la?

[...] Assume que todo mundo sabe e entende que a palavra beleza significa. E, no entanto, isso não acontece de fato [...] no período de cento e cinquenta anos – desde 1750, quando Baumgarten fundou a estética -, a questão sobre o que é beleza é permanentemente aberta, e a cada obra de estética a resolve de uma nova maneira [...] o que, então, é esse estranho conceito de beleza, que parece tão compreensível para aqueles que não pensam sobre o que estão dizendo, enquanto que, por cento e cinquenta anos, filósofos de várias nações e das mais variadas tendências foram incapazes de concordar sobre sua definição? O que é esse conceito de beleza, sobre o qual se baseia a doutrina reinante da arte? [...] O que é, então, a beleza tal como compreendida pelo povo europeu?

[...] não citarei as definições de beleza atribuídas aos antigos – de Sócrates, Platão, Aristóteles até Plotino – porque, de fato, o conceito de beleza separado do bem, que constitui a base e o objetivo da estético de nossos dias, não existia entre os antigos. Ao transferir juízos de beleza dos antigos para os nossos próprios conceitos de beleza, como é geralmente feito na estética, damos a suas palavras um significado que elas não tinham [...]

 

Ainda conforme Tolstoi (2002 pg 41) a beleza para Baumgarten é “o perfeito (o absoluto) percebido pelos sentidos, o objeto do conhecimento lógico é a verdade, o objeto do conhecimento estético é a beleza e o bem é o perfeito atingido pela vontade moral”.  E,: [...] “o objetivo da beleza em si é ser agradável e excitar o desejo”. Quanto às expressões da arte afirma Tólstoi sobre o pensamento de Baumgartem: [...]a tarefa mais elevada da arte é a imitação da natureza”

Esta foi a concepção de beleza adotada de forma sistematizada percebendo-se a distinção com relação ao bem - podendo se compreendê-la na sensibilidade do contemplador na sua relação com os elementos da natureza e tendo como resultado o agradável.

Outros pensadores surgem a partir de Baumgarten, mas não lhe fizeram oposição. Uma nova concepção surge a partir de Sulzer para quem (pg42): [...] apenas aquilo que contém o bem pode ser reconhecido como belo e que o objetivo de toda a humanidade é o bem estar da vida social. Este é atingido por meio de educação do sentido moral, e a arte deveria ser subserviente a esse objetivo. A beleza é o que evoca e educa esse sentido.[...]

Percebe-se a partir daí que os novos pensadores idealizaram uma beleza resultada da indivisibilidade do absoluto ou seja, o verdadeiro, o bom e o belo ou, a verdade, o bem e o belo. Posteriormente a Baumgarten esta é a segunda concepção de beleza.

Para uma maior comodidade e facilitação de entendimento passamos a indicar as concepções e os filósofos correspondentes de acordo com o elenco levantado por Tólstoi (2002 pg 42-47 ):

MENDELSSOHN: A arte é um transporte da beleza, percebida por algum sentido vago no nível do verdadeiro e do bom. O objetivo da arte é a perfeição moral.

Para este tipo de esteta , o ideal de beleza é uma bela alma em um belo corpo. De sorte que, para eles, a divisão do perfeito (o absoluto) em suas três formas - o verdadeiro, o bom e o belo – é completamente apagada, e a beleza novamente se junta ao bom e ao belo.

WICKELMANN: A lei e o objetivo da arte é somente a beleza, totalmente separada e independente do bem. A beleza pode ser de três tipos:

1)     A beleza da forma;

2)     A beleza da ideia, expressa na pose da figura (em relação à arte plástica);

3)     A beleza da expressão, que somente é possível na presença das duas primeiras condições.

Essa beleza da expressão é o mais elevado objetivo da arte, e foi, na verdade, realizada na arte antiga. Consequentemente, a arte de hoje deve esforçar para imitar a arte antiga.

Este conceito de beleza tal foi entendida também o foi por estetas posteriores, Lessing e Kerder, Goethe, até Kant.

SHAFTESBURY: O belo é harmonioso e proporcionado; o que é belo e proporcionado é verdadeiro; e o que é verdadeiro é também agradável e bom. A beleza, diz ele, só é conhecida pelo espírito. Deus é a beleza principal - o belo e o bem procedem de uma fonte única. Assim, embora Shaftesbury considere a beleza uma coisa separada do bem, elas ainda assim se misturam de novo em algo inseparável.

HUTCHESON: O objetivo da arte é a beleza, cuja essência consiste na manifestação da unidade dentro da diversidade. Na percepção do que é belo, somos guiados pelo instinto ético (“um senso interno”). Esse instinto pode ser contrário ao estético. Dessa forma, conforme Hutcheson, a beleza já não coincide com o bem, mas é separada dele e algumas vezes contrária a ele.

Em: ORIGEM DE NOSSAS IDÉIAS DE BELEZA E VIRTUDE

HOME: A beleza é aquilo que é agradável. E, portanto, a beleza é determinada somente pelo gosto. A base para o gosto correto consiste em que o máximo possível de riqueza, plenitude, força e diversidade de impressões esteja contido dentro dos mais estritos limites. Esse é o ideal da perfeita obra de arte.

BURKE: Pg. 44 “[...] o sublime e o belo, que constituem o objetivo da arte, baseiam-se nos estímulos de autopreservação e de convívio. Esses sentimentos, considerados em sua fonte, são meios de manter a raça através do indivíduo.[...]”

PÈRE ANDRÉ: P. 44 “Existem três tipos de beleza: (1) beleza divina, (2) beleza natural, (3) beleza artificial[...]”

BATTEUX: p.44 “[...] a arte consiste em imitar a natureza. Diderot dá a mesma definição p0ara arte. O árbitro que decide o que é belo, é supostamente, o gosto, tal como querem os ingleses[...] Voltaire tinha a mesma opinião.

HEMSTERHUIS: P45 [...] A beleza é aquilo que nos dá o maior prazer, e o que nos dá o maior prazer é o que nos o maior número de ideias no  mais curto espaço de tempo. O prazer do belo é o mais alto conhecimento que o homem pode atingir, porque dá a maior quantidade de percepções no tempo mais curto.

KANT: P.45 [...] o homem percebe a natureza fora dele e a si mesmo na natureza. Na natureza fora dele, ele busca a verdade: dentro de si mesmo ele busca o bem – a primeira é matéria da razão outra e a segunda, da razão prática (liberdade) [...] a beleza é, em um sentido subjetivo, aquilo que, sem conceitos e sem benefício prático é geralmente e necessariamente agradável, e em sentido objetivo é a forma de um objeto que tem um propósito, desde que seja percebida sem qualquer ideia desse propósito...

 

Para Tolstoi (2002) a arte é originada na necessidade do artista de transmitir ao contemplador os seus sentimentos e pensamentos. Tem o poder de contágio das consciências produzindo emoção proporcional, sendo a arte de natureza comunicativa e não propriamente de natureza expressiva. A concepção de beleza Tolstoiana foi construída após uma análise exaustiva dos elementos estéticos supra citados e muitos outros, até então pensada por ele como imprecisa a partir do confuso conceito de beleza dentre  os quais cita-se (2002 pgs. 71 74)

[...] As últimas e mais compreensíveis definições, independentes do conceito de beleza, seriam as seguintes: a arte é uma atividade que já emerge no mundo animal, proveniente da sexualidade e de uma propensão para a brincadeira (Schiller, Darwin, Spencer), acompanhada por uma excitação agradável da energia nervosa (Grant Allen). Essa é a  definição fisiológica-evolucionária. Ou, a arte é uma manifestação exterior, por meio de linhas, cores, gestos, sons ou palavras, de emoções vivenciadas pelo homem (Verón). Essa é a definição de sully, a arte é a “a produção de um objeto permanente ou de ação passageira, que se presta não somente a proporcionar desfrute ativo ao seu produtor, mas a comunicar impressão prazerosa a certo número de espectadores ou ouvintes, independentemente de qualquer benefício pessoal a ser auferido disso.

A despeito da superioridade dessas definições em relação às definições metafísicas baseadas no conceito de beleza, elas ainda estão longe de se precisas. A primeira delas, fisiológico-evolucionária, é imprecisa porque não fala da atividade de que constitui a essência da arte, mas de suas origens. Essa definição pelo impacto fisiológico sobre o organismo humano é imprecisa, ainda, porque muitas outras atividades relativas ao homem podem conter beleza, como ocorrem nas novas teorias estéticas que acham que arte é fazer belas roupas e perfumes agradáveis. E até mesmo comida. A definição prática que supõe que a arte é expressão das emoções é imprecisa por que um homem pode expressar suas emoções por meio de linhas, cores, sons e palavras sem afetar outros com isso, e essa expressão então não será arte. A terceira definição, de Sully, é também imprecisa porque, na sua produção de objetos que proporcionam prazer ao produtor e uma impressão agradável aos espectadores ou ouvintes, independentemente de algum benefício para eles, podem ser incluídos a execução de truques de mágica, números de ginástica e outras atividades que não são arte. Por outro lado, muitos objetos que produzem uma impressão desagradável, como uma cena lúgubre e cruel em uma descrição poética ou no teatro, são inquestionavelmente obras de arte. A imprecisão de todas essas definições resulta do fato de que em todas elas, tal como nas definições metafísicas, o objetivo da arte está colocado no prazer que extraímos dela, e não em seu propósito na vida do homem e da humanidade. Para definir arte com precisão, devemos antes de tudo parar de olhar para ela como veículo de prazer e considerá-la como uma das condições da vida humana. Ao considerá-la dessa forma, não podemos deixar de ver que a arte é um meio de comunhão entre as pessoas[i]. Cada obra de Arte faz com que aquele que a recebe em um certo tipo de comunhão com aquele que a produziu ou está produzindo e com todos aqueles que, simultaneamente ou antes ou depois dele, receberam ou irão receber a mesma impressão artística. Tal como a palavra, transmitindo pensamentos e experiências dos homens, serve para unir as pessoas, a arte serve exatamente da mesma forma. A peculiaridade desse meio de comunhão, que a distingue da comunhão por meio da palavra, é que pela palavra um homem transmite seus pensamentos a outro, enquanto que com a arte as pessoas transmitem seus sentimentos umas às outras. A atividade da arte é baseada no fato de que o homem, ao receber pela audição ou visão as expressões dos sentimentos de outro homem, é capaz de experimentar os mesmos sentimentos daquele que os expressa.

Para Rodhen (2002) o verdadeiro artista deve realizar em si a beleza que é a sua correspondência com Deus, a partir do que pode então criar e ela passa a ser manifestação desta beleza individual estabelecendo uma unidade com o cosmo universal. Isto equivale dizer que na arte não há esta beleza relativa.

Ele considera verdadeira a arte efeito da beleza divina no homem e é quando o homem se transforma em filósofo artista e artista verdadeiro quando se torna um com o pai, um com o universo. Considerando sua metodologia de pensamento concebe o problema arte em uma unidade comportando dois polos, como tal uma elipse.

Um dos seus centros é a arte, do latim ars, de ágere e quer dizer agir ou ação, a partir daí concebe o artista como agente, fruto de processo individual, não podendo agir de forma abstrata e universal. A visão ou theoria é uma meta longínqua, sua praxis, método ou prática para se chegar a esta meta através do seu agir.

Desta forma é um vidente-agente na expressão concreta de sua visão abstrata, como tal percebe o Real em todos os Realizados e possui a capacidade da introvisão, intuição passando desta forma a perceber em todos os finitos a realização do infinito. O outro ponto da elipse é o universo, é o pai, o infinito.

Nossa proposta é a de "pensar o pensado" acerca da Arte do ponto de vista da Filosofia Univérsica de Rodhen. Rodhen partindo da idéia de uma Unidade de Diversidades, constituição própria do universo, "Uno (uni) na sua essência e Verso nas suas existências finitas, creou a Filosofia Univérsica, que procuraremos entender ao longo dos textos seguintes.

Dentro desta proposta a Filosofia torna-se o centro do problema, o Uno (Filosofia) e a Arte o Verso (as existências artísticas ou: a Verdade (Uno) na beleza dos Versos - UNOARTE, sendo que então a Verdade, a Filosofia (Uno) produto da razão e a Arte uma produto do emocional (Verso)).

Cito um exemplo prático e para tanto repito as palavras que bem exprimem as Diversidades do Uno e a partir da qual pode-se perceber uma Unidade de vários elementos que até então pensou-se ser apenas um ou Universo. Deixemos comunicar o Espírito Áureo, psicografia de Hernani T. Guimarães editado pela FEB, livro Universo e Vida, páginas 17/18:

 "Enquanto se discute ser ou não aberto ou fechado o universo conhecido, em contínua expansão em permanente criação de matéria nos espaços intergaláticos o astrônomo soviético Ambartsermian, em nossa opinião bem mais próximo da realidade, traz à discussão de que o universo em que vivemos curvo e fechado como pensou Einstein, é apenas uma metagaláxia, além da qual muitas outras ostentam, no infinito, diferente características de espaço tempo" (...)

 

ou seja, o que se pensou ser uma única coisa infinita o (universo) é na verdade finito ao lado de uma gama de finitos, ou seja, UNO em VERSOS. UNIVERSO.

Trata a Filosofia da Arte de Rodhen de um estudo filosófico e como tal há a necessidade no princípio de uma pequena ginástica mental, procurando entender que os termos utilizados não o são na sua acepção comum, procurando observá-los no contexto filosófico.

Nesse aspecto a palavra UNIVERSO, toma proporção especial deixando de ser pensada como algo único e sim uma HARMONIA existentes entre dois polos. Uma Unidade composta de Diversidades. Trata-se em verdade de um sistema de interpretação de pensamentos ou conceitos. Dois polos, dois centros, o polo primeiro o UNO, o causal - que dá a causa e VERSO, o polo segundo os efeitos. O abstrato passa a ser o REAL e causa dos concretos ou EXISTÊNCIAS e, as existências não sendo o real, são em verdade REALIZADAS, tampouco são irreais - na filosofia o real não pode ser sentido através dos sentidos, apenas aquilo que chamamos concretos - o real pode ser percebido através da razão - a título de exemplo o REAL passa a ser um centro (UNO) e as REALIZAÇÕES (existências) outro centro - resultando-se em harmonia.

Para Rodhen toda e qualquer atividade humana deve estar em acordo com a Constituição Cósmica Univérsica, assim desve ser compreendido o agir humano, sem o que não é bom, verdadeiro ou belo.

Nesse contexo, a natureza do universo é elíptica, porque tudo no cosmos é bipolar ou seja tem dois polos sobre o qual se equilibra, assim é o átomo, os astros nas suas trajetórias. É necessário entender o Cosmo como um todo envolvendo todas as partes do problema, daí a adjetivação Cósmica ao Universo. Com a Filosofia da Arte ocorre o mesmo, conforme Rodhen: "A filosofia é uma visão abstrata da Verdade Universal. A arte é uma ação concreta da Beleza Individual"

Filosofia: eis o primeiro polo, conjunção de dois vocábulos gregos: philos (amigo) e shophia (sabedoria) isto é, amigo da sabedoria. Mas surge um problema o que é sabedoria? vem de sapientia(origem latina) que por sua vez de sápere, que quer dizer tomar gosto, isto equivale dizer que sabedoria é o ato de saborear ou tomar o sabor, afirma Rodhen: "Filosofia é o processo de saber por experiência imediata e direta o sabor da suprema e última Realidade, e este saboreamento se chama Verdade. A Verdade é a experiência que o homem tem da Realidade. Pela Verdade o homem saboreia diretamente a Realidade, isto é, o Ser, o Absoluto, o grande Todo."

Tal saboreamento direto da Realidade (ou do Real) de acordo com Rodhen nunca o será com os orgãos dos sentidos nem pelo intelecto e sim pela faculdade intuitiva da razão, que os gregos chamam Lógos, os hindus Atman, os romanos Ratio. Temos então que a intuição do filósofo faz com que ele tenha uma apreciação do Real ou da Realidade Universal que não pode ser percebido pelo intelecto nem pelos sentidos - Lógos, Atman, Ratio, Razão, são o reflexo individual da Realidade Universal no homem. Seus pensamento, ou sua experiência com a verdade em harmonia com a Realidade se chama Verdade, a desarmonia é o erro. À ausência de harmonia ou desarmonia chama-se ignorância. Afirma Rodhen: 

"Toda a natureza infra-humana, subconsciente ou inconsciente, se acha em estado de ignorância. O homem-ego pode achar-se em estado de erro ou de verdade parciais. Somente o homem-Eu atinge o estado de verdade sem erro." Equivale dizer que Rodhen afirma o filósofo integral com alguém que teria alcançado uma perfeita harmonia entre a sua experiência individual e a Realidade Universal e poderia dizer, "Eu sou a Verdade" pois tanto ele quanto a Realidade estariam perfeitamente sintonizados pela mesma vibração.

Do outro lado co-párticipe da harmonia elíptica está a Arte, do latim ars, que por sua vez vem de ágere e quer dizer agir ou ação. Diz-se daí que o artista é um agente ou alguém que age - que é processo individual ou seja ele não pode agir de forma abstrata e universalmente. Em grego teríamos theoria (visão) e práxis (ação). A visão ou theoria é uma meta longínqua, que o filósofo genial na sua ultravidência busca. Sua praxis, ou prática ou é o método que ele emprega a chegar a essa meta e expressar concretamente sua visão abstrata. O verdadeiro filósofo-artista é um gênio-talento. Um vidente-agente. Eis que surge uma indagação. O que vê este vidente genial? Com sua poderosa theoria, percebe o Real em todos os Realizados, O infinito em todos os Finitos, o Abstrato Universal em todos os Concretos Individuais. Deve sentir a Vida(Universal) em qualquer ser vivo(Individual), Como disse Rodhen: "deve possuir a faculdade da introvisão, instrospeção ou intuição, que ultrapasse a percepção dos sentidos e a concepção do intelecto, e atinja o âmago, o cerne da suprema e última Realidade, (...) É dificil não se lembrar de Sain't Exupéry e o Pequeno Príncipe quando a raposa lhe diz  - "Só se pode ver bem mesmo é com o coração. O essencial é invisível para os olhos..."

Sirvo-me deste pensamento para dizer que o Real, a Realidade não pode ser percebido senão pela razão, por esta faculdade intuitiva, pois lembremo-nos os nossos sentidos percebem apenas o que natureza (maya) e não podemos pretender um apreciação do Real tendo percebido somente a matéria e se, o real não pode ser percebido seria a matéria irreal? é claro que não. Se, os finitos não são expressão do Real seriam irreais?

Conforme Rodhen é necessário um termo intermediários entre os extremos real e irreais, tal termo é REALIZADOS. O homem que através da razão (visão intuitiva) percebe o Real o faz quebrando os limites da visão puramente material realizado plenamente pela racionalidade integral. Incorpora a percepção em si dos sentidos e a concepção da inteligência - temos n'um dos polos a razão, a racionalidade e do outro a inteligência. Exemplo maior disso foi é o Homem por Excelência, Jesus Cristo.

O artista deve ser Visão e Ação...

Para Ubaldi (2001) de acordo com Freire, o homem em evolução expressa em sentimentos uma intensa busca por beleza, perfeição e harmonia, virtudes da divindade e remanescentes lembranças. Mas se encontra distante Dêle por involução. Estas constantes aspirações encontram respaldo na expressão de linguagens das quais é a arte a mais genuína. Por isso a define como “a expressão dos anseios divinos na alma humana”.

Nesse contexto a arte é instrumento de evolução porque tendo o homem partido de Deus, se recorda do Paraíso ao qual ele dever retornar e significa a aspiração pela arte perfeita, algo que existe dentro de si e que deve desenvolver. O certo é afirmar conforme Freire: “(...) a nobreza divina corre na seiva que nos alimenta os desejos”.

Para Ubaldi, a arte compõe-se de substância e forma. A essência, a substância está vestida de uma forma que é o veículo da sua expressão. A forma carece de treino e técnica, mas a sua essência de origem divina não tem forma, busca o belo, o perfeito, a harmonia. Estes elementos sintonizam a alma com pensamento que por sua vez dirige a criação.

O homem na história da arte tem feito evoluir a forma, a técnica, aprimorando assim sua forma de expressar a essência de natureza imutável. Mas, tem priorizado a forma e como tal revestido a substância de rudeza e degradação e assim fugindo de forma expressiva obscurecendo a essência.

É preciso buscar a simplicidade da forma, de tal maneira que a substância se expresse com mais pujança, procurando ao longo do tempo mais substância e menos forma, cada vez mais se aproximando da essência pura que é Deus.

Ubaldi concebe a evolução em ciclos de forma espiralada de forma que ascende num ciclo e noutro há uma decadência.

Como tal o processo evolutivo da arte está submetido a fases de ascensões e decadências. Em uma primeira fase há predomínio da positividade do bem, em uma segunda recebe as influências das paixões que atormentam a alma, onde o artista se deixa levar ora por expressão de construção, ora por expressão de destruição atendendo os apelos da época e, como tal retrata sua época. Ora se enriquece e se embeleza para depois se desfazer degenerando-se com tormento e desarmonia, refletindo e retratando a alma no seu exílio evolutivo. Tais fases são de agonia e desespero.

Nos dias de hoje, século XIX, XX e princípio do XXI a arte vestiu a forma do materialismo e perdeu o espírito que vivifica. O que seria expressão da divindade do homem tornou-se imprecisa angústia de forma e perdeu o apoio das verdades capazes de eternizar e consolar. Por outro lado deveria ser e ter a função de fazer com o espírito ascendesse e falar dos princípios da criação e suas maravilhas tornando-se um elo, um meio de comunicação entre a criatura e o criador, elevando a alma humana e não excitação dos tormentos humanos e paixões doentias da involução do homem. Era para ser exaltação do bem, um veículo das belezas celestiais. Tal arte genuína expressão do criador, existe nos nossos mais profundos anseios, no âmago do espírito e é capaz de sensibilizar as mais puras expressões das nossas emoções.

Não precisamos de expressões primitivas de arte a mostrar em nós os tormentos da alma e que maculam a divindade em nós, isto porque premidos pelos automatismos do passado e acossados pela urgência das reformas, carecemos de liberdade das nossas lembranças amargas.

Nossa ascese é a aspiração por expressões artísticas que nos elevem estimulando em nós a paixão do eterno. Desse ponto de vista não é possível entender o teatro e o cinema, palco de destruições, violências e hábitos agressivos e grosseiros de baixeza animal, um debate em expressão das trevas e uma necessidade premente de construir valores de eternidade.

A arte deve ser universal e para tanto deve buscar a unidade, expressar a beleza dos princípios divinos. O artista deve incorporar a visão unitária e sintética do universo tingindo com suas cores e matizes com as mais profundas concepções da vida. Deverá a arte nos aproximar de Deus, unificar através da harmonização e a bondades em todas as expressões, adotando o divino, o belo e o bem como objetivo único das suas aspirações. Para tanto deverá desmaterializar suas vestes, tornando-se imponderável, elevada à primazia do espírito, como altar das ascensões humanas, será oração que unirá o homem ao Criador.

 

A arte espírita

 

Após esta revista acerca da filosofia da arte poder-se-á pensá-la a partir do Espiritismo, ciência sistematizada nas normas da época da sua codificação, quando a vigência era do positivismo de Comte.

Sendo filosofia, religião e ciência o espiritismo tem por escopo principal o estudo, a comprovação do mundo espiritual, dos espíritos, suas relações com o mundo físico ou material. Conforme Oliveira (1995 pg. 20)

“O consolador prometido, que é a continuidade do próprio Cristianismo, impõe, por assim dizer, a certeza de Deus, da imortalidade da alma e da solidariedade e comunicabilidade entre os seres dos dois planos”.

“Essa certeza absoluta injetará enorme vitalidade às Artes, não há dúvida, levando-as a temas e exteriorização inaudita e sublimada”.

 

Sobre a arte e sua evolução de acordo com Kardec (FEB, 11ª edição pg. 144):

“É matematicamente certo dizer-se que sem crença, as artes carecem de vitalidade e que toda transformação filosófica acarreta necessariamente uma transformação artística paralela (...) (...) Assim como a arte cristã sucedeu à arte pagã, transformando-a, a arte espírita será o complemento e transformação da arte cristã”.

 

Eis a análise sobre a arte no século XIX realizada por Kardec: (0000 pg. 144)

 

“A decadência das artes neste século, resultou inevitavelmente da concentração dos pensamentos sobre as coisas materiais, concentração esta que, é o resultado da ausência de toda crença, de toda fé na espiritualidade do ser. O século apenas colhe o que semeou. Quem semeia pedras não pode colher frutos. As artes não sairão do torpor em que jazem, senão por meio de uma reação no sentido das ideias espiritualistas”.

 

O grande teórico do espiritismo no que se refere à arte continua Léon Denis, que escreveu em 1922 uma série de artigos sobre o assunto editado pela Revista Espírita, a estes foram acrescentadas as mensagens do Esteta e de Massenet, enfeixando-os no livro “O Espiritismo na Arte”, conhecido no Brasil apenas em 1990, quando editado pela Editora Arte e Cultura.

Mister se faz analisar os conceitos apontados pela obra.

Para Denis a beleza sendo um dos atributos de Deus, colocou-a ele nos seres e nas coisas. Ela cativa, atrai e enche alma do homem de admiração e entusiasmo, concebe Denis (1990 pg. 07): “a arte como sendo a busca, o estudo, a manifestação dessa beleza eterna da qual percebemos, aqui na Terra, apenas um reflexo. Para percebê-la é necessário cada vez mais se aproximar da fonte primeira e pode conhecê-la na contemplação do universo”.

A partir do Espiritismo a arte encontra-se de frente a novos horizontes, sua visão se amplia diante da comunicação entre os mundos visíveis e invisíveis e as condições da vida no além. É o que aponta Denis, o materialismo esterilizou a arte. Tornou-se ela presa de um realismo degradante, o espiritismo veio dar-lhe um novo rumo e novos impulsos.

 Para que não reste nenhuma sombra de dúvida repetimos o pensamento de Denis acerca do objetivo da arte (1990 pg. 09):

 

(...) o objetivo essencial da arte é a procura e a realização da beleza; é, ao mesmo tempo, a procura de Deus, pois que Deus é a fonte primeira e a realização perfeita da beleza física e moral.

Quanto mais a inteligência se apura, se aperfeiçoa e se eleva, mais se impregna da idéia do belo. O objetivo essencial da evolução, portanto, será a procura e a conquista da beleza, a fim de realizá-la no ser e nas suas obras. Tal é a norma da alma na sua ascensão infinita.

 

É  necessário que a arte procure realizar a beleza, que busque-a em Deus, exemplo sublime da beleza física e moral. Arte sem buscar a identidade Divina, torna-se limitada porque então passa a militar então apenas dentro das raias do materialismo.

Conforme Denis (1990 pg. 15): “O papel fundamental da arte é exprimir a vida em toda a sua potência, em sua graça e em sua beleza. Ora, a vida é movimento. E nisso exatamente reside a principal dificuldade da arte humana, que apenas pela música pode reproduzir o movimento.”

É perceptível a diferença entre uma arte materialista e uma espiritualista. Há que se perceber esta diferenciação para se pensar a arte Espírita. Esta dinstição fica clara a partir do Esteta em Denis (1990 pg. 17):

Em vossa Terra, a arte ainda é uma coisa pouco importante e vos contentais com isso. A arte existe em todos os domínios: no do pensamento, no da escultura, no da música. É neste último que ela se manifesta melhor e torna-se acessível a mais cérebros. Primeiro, quando o espírito humano encarna na Terra e que traz, seja da sua vida no espaço, seja em conseqüência de um trabalho anterior nas vidas terrestres, uma certa noção do ideal estético, quando chega à maturidade na sua vida terrestre, sua bagagem artística se exterioriza sob a forma de inspirações ligadas a uma qualidade mestra que nós chamaremos de o gosto junto ao sentido do belo. Eis aí, pois, o artista criado e pronto para trabalhar sobre a matéria.

 

Quando o Esteta se refere a uma maturidade terrestre fala de maturidade moral, que fará com que o ser desenvolva o processo, que ele chama de “inspiração pessoal” chamado de “gosto reunido ao sentido de belo”. Para tanto conforme Denis (1990. Pg. 16) é necessário:

 

Os artistas da Terra deverão se inspirar nesses modelos sobre-humanos que os ensinamentos espíritas lhes tornaram familiares. A educação estética humana comporta concepções cada vez mais elevadas para que o sentimento do belo penetre e se desenvolva em todas as almas. Já se produz uma evolução nesse sentido; ela se acentuará sob a influência do Além. Os artistas do futuro se interessarão em dar mais fluidez às cores, mais vida ao mármore, mais espiritualidade a todas as suas obras. As artes complementares se idealizarão inteiramente, deixando à arquitetura a majestade das formas rígidas e a ilusão do imutável na inércia.

A arte se realça e progride em todos os graus da escalada da vida, realizando formas cada vez mais nobres e perfeitas, e que se aproximam da fonte divina da eterna beleza.

 

Sendo necessário portanto uma evolução que ele chama educação estética, muito confundida pela maioria com a técnica, há também que partir dos modelos sobre-humanos divulgado pelo espiritismo e que tornaram familiares ao homens. Soma-se a todos os conceitos de arte o pensamento do Esteta, segundo Denis (1990 pg. 17): “(...) a arte tem essência divina, (...) após o que ele complementa afirmando a arte “é uma manifestação do pensamento de Deus, uma radiação do cérebro e do coração de Deus transmitida sob a forma artística.” Percebe-se a concordância do pensamento espírita com  o da sua Voz conforme Freire: “a expressão dos anseios divinos na alma humana”. Plenamente concorde com a Grande Síntese também é o pensamento de Denis (1990 pg. 23/24):

A arte bem compreendida é um poderoso meio de elevação e de renovação. É a fonte dos mais puros prazeres da alma; ela embeleza a vida, sustenta e consola na provação e traça para o espírito, antecipadamente, as rotas para o céu. Quando a arte é sustentada, inspirada por uma fé sincera, por um nobre ideal, é sempre uma fonte fecunda de instrução, um meio incomparável de civilização e de aperfeiçoamento.

 

Outro carácter conceitual da arte é apontado pelo Esteta é segundo Denis (1990 pg. 33):

 

Se o ser humano é, desde o seu nascimento, tomado por um ideal, podeis calcular os novos tesouros que se ligarão a ele. A arte ideal é uma das formas da prece, seu pensamento atrairá amigos invisíveis muito elevados; a eles será fácil fazer realçar o brilho da chama acesa anteriormente e, da alma do artista, brotarão obras inspiradas pelo belo e pelo divino.

 

Ainda outro caracter da arte por ele (1990 pg. 62/63):

 

Um ser apaixonado pela arte poderá receber e transmitir pensamentos de uma delicadeza infinita e eu vos asseguro que, em minha opinião, a arte no pensamento se aproxima mais de Deus do que as outras artes. (...) Acrescentarei, e insisto em vos dizer, que o pensamento é, para nós, a coisa mais fácil de se transmitir, porque temos uma verdadeira alegria em ajudar na iluminação moral dos seres que vos cercam.(...) Atenham-se, portanto, a pensar com arte. Amem àqueles que pensam bem. Pois, estejam certos, a própria essência desse pensamento é um reflexo da vida no espaço; lamentem aqueles que não sabem pensar. A arte é uma forma de beleza e como o pensamento ela deve ser seu veículo, pois a beleza encerra em si mesma os princípios da bondade, da grandeza e da justiça.

 

Após esta análise conceitual podemos pensar em uma arte espírita.

Ao substativo arte soma-se agora o adjetivo espírita. Com relação a arte já temos alguns elementos, mas até então o que se falou a respeito das verdades espíritas, só o foi de forma implícita.

Implica a arte espírita adornada de todos os valores espíritas divulgados pelo espiritismo e se não é possível por ora, dado a involução do homem,  o artista em si deve trazer a certeza da relação destes valores e a arte, deve guardar a convicção de quem em um tempo, esperamos breve ela chegará ao seu lugar devido, como a candeia que não pode ser depositada embaixo do alqueire.

O artista é um veiculador da arte espírita quando se esclarece, quando se percebe conhecedor e consciente do valores e evolução a que ela pode conduzir, ao mesmo tempo desconhecedor, porque é possível perceber que pouco se conhece tanto quanto mais deve conhecer.

Perceberá ele que realizando em si a beleza individual enquanto busca Deus, ele se liberta da matéria e do seu eu, tornando-se um ser purificado e evoluído, como tal realiza em si sua cura, se transforma em agente do bem.

Adentramos o âmbito da arte-cura, mas isso é assunto dos próximos parágrafos, antes façamos um retrospecto das características que a arte espírita deve somar, corolário da evolução.

A arte espírita como qualquer outra terá caráter revelatório e expressivo do que o ser traz dentro de si, do seu espírito, como tal a arte espírita retrata e revela o indivíduo na sua evolução moral.

Tem caráter comunicativo porque a partir da sensibilidade do artista espírita e o desenvolvimento das emoções é capaz de transmití-las, desenvolvê-las naquele que as contemplam e as absorvem.

O artista espírita deve ser o resultado do estudo, da busca e realização da beleza em si mesmo, nos seus atos e nas suas obras. Para tanto dever-si-á se tranformar em agente do bem e ser exemplo de alguém que adotando uma concepção estética mais elevada, resultada do conhecimento e do convívio espiritual característica das relações entre os mundos físico e espiritual. Desta forma passa a ser reconhecido como alguém que luta pela sua transformação moral, posto que o espírita verdadeiro deve ser conhecido por domar as suas inclinações mais infelizes, segundo o Espírito de Verdade, no Evangelho Segundo o Espiritismo (0000 pg. )

Através do Esteta, (1990 pg. 83) pode-se conceber que o artista espírita deverá ser animado pela paixão da arte e por uma vontade firme, além do apelo direto a Deus, mantendo assim a relação com o foco divino vivificado através da ações. Estes elementos manterão possibilidades de conexão a feixes fluídicos através dos quais o ser no mundo ou em regiões do espaço conservará aptidões, intuições, inspirações agregadoras e formam de forma genérica o sentido da arte, segundo ele a arte é:

(...)Esta palavra, arte, quase mágica, significa: irradiação emanada de um campo supracósmico; essa irradiação mantém em nosso mundo a luz, a grandeza, o poder, a beleza, a bondade, que emanam do foco que forma o centro do campo fluídico divino.(...) Pode haver arte mesmo nas mais insignificantes ações se, adaptando-se ao meio onde age, a emanação divina que se exterioriza expande a seu redor uma chuva de ondas benfazejas. Quando há evolução nos seres, há evolução nas artes. Têm-se os primitivos nas artes da mesma forma que nas ações e nas virtudes, porém a centelha sempre brilha nas condições nas quais pode manifestar-se para afirmar a grandeza de Deus.

 

A  beleza será o princípio e fim da Estética do Amor - resultada da relação com Deus, a arte a expressão do divino em cada artista. A evolução do homem e da arte passará por esta educação e ela será uma consequência e efeito do bem. 

 

[i] Grifos nossos

 

 

BIBLIOGRAFIA

 

 

http://www.gilsonfreire.med.br/index.php/ubaldianos/a-arte-na-expressao-ubaldiana