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O Sistema
O Sistema

I

 

Na obra “O Sistema”, Pietro Ubaldi apresenta uma visão de conjunto entre os pensamentos descritos em a “A Grande Síntese” e em “Deus e Universo”.

Segundo suas palavras: filhas de estados d’alma distintos e em síntese, aborda um sistema único, religioso, ético e científico, com a proposta de que esgote pelo menos em linhas gerais o problema do conhecimento.

Ora a Grande Síntese aborda o problema, a partir do espírito para o físico ou matéria e Deus e o Universo, de baixo para cima, ou seja, da matéria para o espírito, porém na obra estas diversidades são abordadas em apenas um sistema.

Segundo o próprio o conhecimento pôde ser obtido, através do método dedutivo (o de síntese) em que o homem pode ser comparado a alguém que está sobre um monte, como tal tem uma visão geral da vista panorâmica, do qual foi instrumento, e, o método indutivo em que ele percebe o problema analiticamente, em pormenores, este é o método indutivo, segundo ele tal método poderia ser comparado a alguém examina o mesmo caminho, apenas que o percorre a pé.

Podemos perceber a complexidade de tal mister,  procurando uma visão de síntese do universo, haveria um monte capaz a tal visibilidade? ... Incompleta e também insatisfeita do ponto de vista indutivo, por que não se imagina alguém percorrendo todo o percurso do universo caminhando passo a passo... A visão científica como é material e  de baixo para cima isto é da matéria para o espírito é indutiva, já que percorre passo a  passo e a visão em síntese, intuitiva, com base na inspiração ou revelação. A primeira apenas de visão racional e segundo Ubaldi, com um ponto fraco, que é o fato de ver apenas do ponto de vista material e incapaz de uma visão de síntese, esta por sua vez incapaz em determinados momentos, de alcançar patamares mais altos do ponto de vista intuitivo, e é o que falta à ciência, que fica sujeita às tentativas do método que é experimental e indutivo. Neste trabalho Ubaldi procura sanar esta dificuldade juntando ao método indutivo, a técnica do dedutivo ou a visão de síntese.

 

                                                               

 

                                     

           Porque a queda foi do estado de espírito ao estado material, através da energia. Aqui a idéia da queda é reproduzida em sentido espacial, do céu para a Terra. [...]

 

Em sua abordagem acerca de Deus, Ubaldi se utiliza do conceito abstrato de esfera, existente além do espaço e seus limites no infinito. Do centro da esfera ele a domina e existe em cada ponto seu, da mesma forma que ele abarca o todo. Deus é. Significa existir. É a essência da vida. Nós existimos em Deus, porque nada pode existir fora, mas como uma espécie de sombra, em função de sua luz, uma espécie de um mundo emborcado, contrário, tal é a matéria, na qual nos sujeitamos. Mas a sombra contém reflexos de luz. Segundo o próprio: “ as definições comuns de Deus, em sentido positivo, foram obtidas com o elevar-se à potencia infinita, as mínimas quantidades de perfeição reconquistada pelo homem ou intuída como futura realização a conquistar, isto é, os pálidos reflexos na sombra.”  A nossa concepção de Deus é antropomórfica e não Divina.

Esta esfera é chamada por ele de Tudo-Uno-Deus e na sua visão é desdobrada em mais outras duas esferas. Ele se utiliza destes recursos para criar um representação do pensamento, ainda que o ser humano com relação a Deus não passe da criação de conceitos antropomóficos, dado a sua insuficiência de recursos e para tanto, teria que conhecer Deus e ele o conhece mas apenas relativamente. 

Esta esfera se desdobra em mais duas outras esferas, de tal forma que ela envolva e engloba as outras duas. Esta é o sentido da Trindade. No primeiro momento é estado puro do pensamento Divino, o que ele chama de Tudo-Uno-Deus, um eu pensante que concebe, em um segundo momento, o que era no primeiro momento ideação e formulação de ideias, pensamento puro, agora no momento se torna ação, aplicando os princípios da Lei, com ela surge o terceiro momento, a chamada criação. Estes 03 momentos são chamados: Espírito (a concepção); Pai (o verbo, ação) e Filho (a criação). Em todos permanece o mesmo Deus, Tudo-Uno e trino ao mesmo tempo.

Qualquer Ideia que se faça acerca de Deus e a criação, não senão antropomorfismo, uma Ideia pela criatura do criador. A idéia sobre a criação também o é.

O Espiritismo, o Consolador Prometido no seu Evangelho, Segundo o Espiritismo, Cap. I, propõe a aliança entre Religião e Ciência, nos informando de que até então estas propulsoras do conhecimento não se entenderam e a este período, os Espíritos chamam de Nova Era. Estes são os tempos atuais e a ciência tem que dar a mão à religião e, vice-versa.

Principia Ubaldi o  Sistema, na verdade, transcrições de palestras, no Brasil, onde e quando explicou os pensamentos da obra “A Grande Síntese” e “Deus e o Universo” fundidos ambos em um só sistema interpretativo, Religião, Ciência e Filosofia. Segundo o próprio ele é de natureza Dedutiva, portanto baseado na inspiração, intuição e síntese, tal qual a busca do conhecimento através da religião e filosofia e acrescentaria eu aí, a arte. De qualquer forma à este método através do qual se obtém a síntese, não é bastante, requerendo-se portanto, recorrer ao método indutivo, o utilizado pela ciência, isso é tanto, que ele compara o dedutivo à visão obtida a partir da comparação com a visão a partir do cume de uma montanha, uma visão panorâmica, privilegiada e no caso do indutivo, seria o passo a passo, todas as nuances do caminho, de qualquer forma trata-se de provas da visão de síntese, portanto, dedutiva. Nesse sentido, a visão religiosa,a filosofia, passa a ser comprovada pela ciência, estão lado a lado.

No “Sistema” se utilizou ele dos dois métodos, quando dedutivamente não se incomodava com as provas, quando através da indução, a busca da provas à intuição, à inspiração, enquanto que nas obras anteriores, ora um, ora outro. Nesse sentido hoje a síntese caminha lado a lado com a análise, Religião, Filosofia e Arte, caminham junto com a ciência, esta deve ser a comprovação daquelas. Onde a pesquisa participa não apenas no plano racional e metodológico, mas aprende  a verdade também através da sua transformação moral, coligindo os dados da síntese com os obtidos na análise.

Deus nos é apresentado como m conceito abstrato de esfera, existente além do espaço, mas de superfície infinita. No centro, domina toda ela, existindo também em cada ponto seu. Não pode ser definido. Deus é. Deus significa existir. É tudo que existe, que é vida. É o ser sem atributos, sem limites. “Nós, como tudo que pré-existe, estamos em Deus, porque nada pode existir fora dele, nada pode ser acrescentado ou tirado”. Nós os outros seres existimos semelhantes à sombra em relação à luz. Fazemos parte da esfera, o Tudo-Uno-Deus, de forma negativa, pólo oposto do positivio da Unidade, somos relativos no absoluto, “fragmentados e fechados em nosso individual Egocentrismo de egoísta” prisioneiros no cárcere da matéria, eu diria em estados paralelos relativos da matéria, como em mundo emborcado, avesso e contrário ao absoluto, como as trevas e a luz”

“Se se pudéssemos definir o infinito ele não seria infinito, a definição de Deus deveria estar para nós antes do negativo, isto é como a negação de tudo o que é para nós, ou nessa posição, ao contrário existe”. Ora, as definições comuns de Deus, em sentido positivo, foram obtidas com o elevar-se à potencia infinita, as mínimas quantidades de perfeição reconquistada pelo homem ou intuída como futura realização a conquistar, isto é, os pálidos reflexos contidos na sombra.

A esfera, o Tudo-Uno-Deus, a esfera infinta se desdobra em 03 outras, idênticas em tudo, e que  cada uma vai se transformando na outra. No segundo momento, o conceito, o Tudo-Uno-Deus, a divindade se distingue na trindade, 03 momentos sucessivos, eis a Divindade Trina e Uma ao mesmo tempo. 0 1º momento é conceito, o 2º é criação (dentro do nosso conceito antropomórfico), por isso afirma Ubaldi, “Para nos tornar compreensíveis, teremos infelizmente de materializar os conceitos abstratos, em termos antropomórficos e com representações concretas, estas são úteis para fixar as idéias mediante representações mentais, mais facilmente concebíveis, no entanto, certamente deformam o conteúdo abstrato da visão, diretamente impossível de ser imaginado”. O 1º momento de Deus é estado puro de pensamento, ele existe como um eu pensante que concebe. É concepção, conceito. O 2ª momento a concepção se muda em ação, o pensamento puro torna vontade, execução da idéia abstrata. 3ª momento, Realização, a obra se completa pela ação em criação, é quando ocorre a gênese da criatura. Espírito (concepção), Pai (o verbo ou ação), Filho (o ser criado), são as 03 pessoas da trindade. Em cada um dos momentos, Deus, permanece Todo-Uno e Trino, ao mesmo tempo.

 

 

[...] Neste processo, Deus multiplicou-se, como que se dividindo num número infinito de seres e no entanto continuando uno. Nos três momentos, a unidade de Deus permanece intacta e idêntica. Em vista de, ao Todo, nada se poder acrescentar, a criação ocorreu e permaneceu no seio do Tudo-Uno-Deus. Em outras palavras, poderemos imaginar este processo criador, como uma íntima auto-elaboração, pela qual Deus se transformou, de seu estado homogêneo e indistinto, em outro seu estado diferenciado e orgânico. [...] Assim, as criaturas, nascidas desta criação, podem imaginar-se, em representação antropomórfica, como tantas centelhas em que quis dividir-se o incêndio divino. [...], mister é ter presente, que quando falamos de criação, não se trata ainda da criação de nosso universo que conhecemos, mas de uma originária criação, da qual derivou depois a atual. Essa era de puros espíritos perfeitos, bem diferente em toda sua qualidade, daquela em que nos achamos atualmente situados. Esta virá depois, e veremos como. Esses espíritos perfeitos que Deus tirou de Sua própria substância, nela permaneceram fundidos num só organismo unitário. A substância divina que os constituiu, continuou a existir una em Deus, agora, que se achava em estado diferenciado de elementos fundidos num organismo, como o era no primeiro momento, quando estava em estado homogêneo indistinto.[...]