A COMPLEXIDADE TERNÁRIA DO UNIVERSO E DE TODAS AS COISAS: A TRINDADE UNIVERSAL
Capítulos VIII a IX - parte III
Deus é a Grande Lei que governa o Universo, o sopro divino, centro de irradiação e atração da Criação. A lei é Deus. Por que somos criaturas divinas, ansiamos por compreendê-lo. Desta Lei maior só podemos vislumbrar fragmentos e na medida em que o homem evoluir moralmente se aproximará mais da essência profunda. A ciência deve ser um ato de fé.
A matéria é forma, é estrutura, é efeito. A energia é movimento, vontade, transformismo e o espírito a lei, princípio e ordem. Tais modos se entrelaçam se interligam em suas reciprocidades. A idéia pura espírito (a) se condensa revestindo-se na energia (b) que é vontade, é movimento e finalmente se coagula na matéria (g), a estrutura, a realidade exterior. Uma só substância se deriva em três originando a expressão a b g (alfa vai para beta que vai para gama). O fenômeno em si como uma grande onda partindo do espírito, pensamento puro caminha para um movimento dinâmico, a energia para terminar em nova fase: a matéria.
Como todo fenômeno tem seu movimento oposto pela lei dos ciclos, lei de complementaridade, a matéria volta para a energia que volta para o pensamento puro - então: g (a b g). a, é o princípio e o fim, os dois ciclos se completam e se fecham em um só movimento. Este movimento é a respiração do Universo, está sendo realizada a cada instante, isto resulta em o Universo se trata de onda que partindo de um princípio se transforma em energia que animada por incrível velocidade forma a matéria e que ao desintegrar-se volta ao seu estado energético que por sua vez retorna ao princípio. Primeiro o movimento de descentralização. Dois movimentos que se complementam, sendo o primeiro de descentralização (a b g) e o segundo de centralização (g b a).
A onda no seu movimento primeiro cria a matéria, o universo físico (u e não w), os astros, as nebulosas, o segundo movimento - a de retorno, o de regresso - a fase em que vivemos - que dá origem à vida. No primeiro momento é involução e o segundo evolução. Desta mesma forma o homem originário em Deus retorna para Deus, mas o homem já não é mais o mesmo, é um homem evoluído, o primeiro ciclo é de involução, de afastamento da substância, o segundo ciclo é retorno à substância, seu reencontro com a perfeição, a ideia pura, o Absoluto.
O mesmo funcionamento orgânico que possibilita a criação da bomba atômica possibilita a resolução de problemas morais e o afastamento do bem.
Os dois movimentos coexistem a cada instante no cosmo, se compensam no Cosmos, as nebulosas, o nascimento e a morte das estrelas, nossa vida, todos os elementos citados perpassam pela mesma base de existência. O Universo é aqui representado por uma equação que revela os aspectos do Todo. w = (a ® b ® g). Pensemos em um vórtice (redemoinho) visto por cima. Percebamos seu movimento circular partindo do centro para a superfície do círculo, agora imaginemos o movimento contrário de retorno, eis o ciclo. (a b g) e ( g b a). Eis a técnica da criação divina, o primeiro movimento é de queda de fuga e o segundo de reconstrução de w. Eis a Divina Trindade pregada pelas religiões. w é o Relativo e o Absoluto, o abstrato e o concreto.
Tais elementos distintos do Universos não existem isoladamemnte, nada acaba efetivamente, em cada momento há o predomínio de um elemento só embora se relacione com os outros dois. O homem também esta subordinado à mesma lei: (a ® b ® g) - Espírito - energia - matéria e depois ( g ® b ® a). A essência, o substancial está presente em todos momentos, na matéria bruta g é máximo, b médio e a, mínimo. Na energia b é máximo e no ser consciente, a é que se expressa com maior peso. A evolução é dada pela seqüência ( g b a). A substancia em gama (g) se transforma, volta para a substância em alfa ( a).
Somos consciências que se despertam e em trânsito para Deus, a reconstrução de a, o Universo espiritual de que cada um de nós é composto, a busca do nosso interior onde está o nosso eu profundo, onde está Deus, o centro de cada um de nós.
Este pensamento de certa forma é respaldado por Emmanuel conforme abaixo:
Encontramos no livro Emmanuel, da autoria do espírito de mesmo nome, psicografado por Francisco Cândido Xavier e editado pela FEB, no capítulo 32, intitulado Quatro questões de filosofia, no item Espírito e matéria, a seguinte pergunta a ele dirigida:
"Será lícito considerar-se espírito e matéria como dois estados alotrópicos de um só elemento primordial, de maneira a obter-se a conciliação das duas escolas perpetuamente em luta, dualista e monista, chegando-se a uma concepção unitária do Universo?"
"Resposta - É lícito considerar-se espírito e matéria como estados diversos de uma essência imutável, chegando-se dessa forma a estabelecer a unidade substancial do Universo. Dentro, porém, desse monismo físico-psíquico, perfeitamente conciliável com a doutrina dualista, faz-se preciso considerar a matéria como o estado negativo e o espírito como o estado positivo dessa substância."