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Vale Triste
Vale Triste

Do meu cofre guardado de ilusão

Tirei a melhor das minhas máscaras

E vesti-me assim de alegria

O espírito melancólico.

 

Desci a passos largos

Em direção aos vales

Que antes verdes

Onde os homens semearam

Cimento e areia,

E, os frutos dessas sementes

Geraram espigões,

Bangalôs e avenidas

Espalhando a indiferença

Entre os transeuntes do vale triste

Os que passavam por mim aos milhares

Neles eu não vi senão

O reflexo cinzento da minha intimidade

Em outros vales

Os homens também semearam

Casebres com papéis e tábuas...

Mas eu não pude deixar de rir...

Aqueles sofredores revoltavam-se

E se lamentavam

Imputando aos céus e a Deus 

Sua desgraça

E todo o peso dos seus erros....

Senti-me cansado e sentei-me à beira do caminho...

Vi surgir à minha frente uma criança com o nada brincar

E a sorrir sem compromissos

Indiferente à tristeza ou alegria,

Corria qual pássaro alvissareiro...

 

Encontrei o que buscava

Eis aí minha Mestra

Com ela farei meu aprendizado

Aprenderei a sorrir...