A beleza não é apanágio dos anjos
A folha seca que cai é bela
E, embora sem vida, no entanto,
Dá lugar a uma folha nova
De novo na primavera.
Meu corpo, esta veste cansada
É tal como se fosse uma velha casca de árvore
Que cumpre o seu papel de retorno à vida.
Devo amá-lo e preservá-lo
Porque quantas vezes ainda
Envergarei estas velhas cascas?
Quanto tempo ainda suportarei
A fealdade desses corpos?
Como em Campoamor:
“A beleza existe nos olhos de quem a vê”
Sua natureza é interior e não exterior
Quando eu tiver na essência do meu ser
Tal beleza indestrutível parecerei bonito,
De outra forma serei como as cascas
Por dentro também...