Velhas Cascas de Árvore
Velhas Cascas de Árvore

A beleza não é apanágio dos anjos

A folha seca que cai é bela

E, embora sem vida, no entanto,

Dá lugar a uma folha nova

De novo na primavera.

 

Meu corpo, esta veste cansada

É tal como se fosse uma velha casca de árvore

Que cumpre o seu papel de retorno à vida.

Devo amá-lo e preservá-lo

Porque quantas vezes ainda

Envergarei estas velhas cascas?

Quanto tempo ainda suportarei

A fealdade desses corpos?

Como em Campoamor:

“A beleza existe nos olhos de quem a vê”

Sua natureza é interior e não exterior

Quando eu tiver na essência do meu ser

Tal beleza indestrutível parecerei bonito,

De outra forma serei como as cascas

Por dentro também...